Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Relógios & Canetas online Abril - grande reportagem na Baselworld


A edição de Abril do Relógios & Canetas online já está disponível, aqui, aqui ou aqui. São 172 páginas de informação em primeira mão sobre Relojoaria, com as novidades apresentadas na Baselworld e informação com preços e características de marcas e modelos disponíveis em Portugal.

Baselworld 2018 – os tempos estão a mudar

Fernando Correia de Oliveira, em Basileia

Há 101 anos que Basileia, a cidade no extremo noroeste da Suíça, na fronteira com a Alemanha e a França, tem sido palco da maior feira anual de relojoaria no mundo. Mas Baselworld, o nome adoptado há menos de 30 anos, está a perder importância. Contudo, as notícias sobre a sua morte poderão ser exageradas.

Tudo começou em 1917, quando se realizou uma Feira de Amostras de Produtos Suíços. Basileia, sem qualquer tradição relojoeira, organizava um certame sobre o melhor que o país produzia, incentivando a exportação. E, ao lado de lacticínios e outros produtos agrícolas, estava uma pequena zona com exemplares da relojoaria helvética.

Essa feira foi perdendo o aspecto de bric-a-brac, profissionalizou-se e internacionalizou-se cada vez mais, passando a ser predominantemente uma mostra da capacidade da indústria relojoeira.

Com a crise do quartzo, na década de 1970, centenas de marcas de relógios desapareceram, deixando de estar presentes no certame. Pensou-se mesmo que a relojoaria suíça tinha os dias contados, face aos relógios bons e baratos que chegavam do Japão. Mas, há coisa de 30 anos, o gosto pelo mecânico renasceu junto do público e dos coleccionadores. Baselworld voltou a crescer, juntando expositors de peças e ferramentas, abrindo-se à Joalharia.

Cresceu tanto que, em contraciclo com a crise mundial, Baselworld contratou os serviços do gabinete de arquitectura de Zurique, De Meuron & Herzog, para um ambicioso e caro plano de alargamento do seu espaço expositivo.

Os chamados mercados emergentes – China à cabeça – permitiam esses devaneios, tudo parecia possível, o céu era o limite.

Mas, de repente, os expositores começaram a perceber que o conceito de feira anual – onde novidades e encomendas se mostram e fazem – tinha terminado. Que num mundo globalizado não há novidades, tudo aparece na Internet; que as encomendas se podem fazer ao longo do ano. E que feiras regionais ou eventos monomarca são mais eficazes e baratos do que investir em Baselworld.

Resumindo: nos últimos dois anos a Baselworld passou de 1.500 expositores para 650. Algumas das grandes marcas de relojoaria, como a Hermès, a Girard-Perregaux ou a Ulysse Nardin, bem como pequenos mas importantes independentes, preferiram mudar-se para a rival feira de Genebra – o Salão Internacional de Alta Relojoaria, uma dissidência da Baselworld, criada há 30 anos pelo grupo Richemont (ciom marcas como Cartier, Montblanc, jaeger-LeCoultre, Piaget ou IWC).

A edição 2018 da Baselworld teve menos dois dias do que o costume. O espaço expositivo ficou reduzido a menos de um terço. A contenção nos custos foi visível – deixou de haver jornal da feira, número de hospedeiras foi reduzido, inexistência da habitual pen dos expositores suíços, menor apoio logístico aos jornalistas.

Mas, apesar de tudo, gostámos desta edição. Em relação a 2017, a generalidade das marcas apresentaram melhores produtos, o nosso trabalho foi facilitado fisicamente com a redução do espaço a visitar.

Correu insistentemente o rumor de que, na edição de 2019, já não estariam na feira a Breitling (cujo stand perdeu, este ano, o famoso aquário gigante), a Chanel, as marcas do grupo LVMH.

Durante a feira, perguntámos directamente a Jean-Claude Biver, chefe da divisão de Relojoaria do LVMH (TAG-Heuer, Hublot, Zenith), se esta seria a última feira dessas marcas. Pela primeira vez, respondeu claramente: “As marcas que abandonaram representam 4 a 5 por cento do volume de negócios. Enquanto os grandes aqui estiverem, vamos continuar”.

Na Conferência de Imprensa de balanço da Baselworld 2018, a sua Directora, Sylvie Ritter, disse que o novo formato – menos expositores e duração mais curta – não afectou o número de visitantes nem o volume de negócios.

Mais importante – revelou que, em 2019, os “grandes”, tendo à frente a Rolex e o Swatch Group (com marcas como Breguet, Omega ou Longines), e incluindo a Patek Philippe, o LVMH, a Chopard, a Breitling, ou a Chanel, garantiram presença.

Sendo assim, dana mais nos resta do que apresentar as principais novidades de 2018 e marcar encontro para a Baselworld 2019, que decorrerá de 21 a 26 de Março próximos.



Sem comentários: